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A Repressão do Corpo Feminino: Impactos Psicológicos e Caminhos de Cuidado

  • Foto do escritor:  Brenda Luana Ramos
    Brenda Luana Ramos
  • 8 de jun.
  • 3 min de leitura

Ao longo da história, o corpo feminino tem sido alvo de inúmeros controles e restrições. Por meio de normas culturais, padrões estéticos e discursos moralizantes, a vivência corporal das mulheres é frequentemente atravessada por sentimentos de vergonha, culpa e inadequação. Na clínica, essas marcas se manifestam de formas muito variadas, desde dificuldades na sexualidade até sintomas como ansiedade, depressão e e baixa autoestima.


Como a repressão do corpo feminino se forma.


Desde cedo, muitas meninas aprendem, de maneira explícita ou sutil, que seus corpos precisam ser vigiados, controlados ou modificados para se adequarem às expectativas sociais. Gestos, roupas, comportamentos e até posturas corporais são monitorados por discursos que associam o valor da mulher à sua aparência ou ao modo como ela se apresenta aos outros.

Esse processo gera um afastamento precoce da vivência corporal espontânea. O prazer, a liberdade de movimento e a expressão autêntica do corpo vão sendo substituídos por autocensura, insegurança e um olhar constante voltado para como o corpo é percebido externamente. Ao invés de habitarem plenamente seus corpos, muitas mulheres aprendem a observá-los como objetos a serem avaliados.

Essas mensagens interferem diretamente na construção da identidade e da autoestima. Ao internalizar padrões estéticos rígidos e comportamentos considerados "aceitáveis", as mulheres muitas vezes passam a viver em uma desconexão não apenas com seus corpos, mas também com seus interesses, desejos e necessidades mais primordiais.

A repressão não ocorre apenas no plano consciente. Muitas mulheres não se dão conta de como as mensagens recebidas ao longo da vida moldaram suas experiências corporais. Quando desejos e experiências corporais são reprimidos, essas vivências acabam gerando conflitos internos que se manifestam no plano emocional e relacional.

Frequentemente, surgem sentimentos como culpa, medo ou angústia em relação ao próprio corpo. Embora nem sempre estejam plenamente conscientes, essas emoções influenciam o modo como a mulher se percebe, como cuida de si e como se relaciona com os outros. O corpo passa a ser vivido não como um espaço de potência e prazer, mas como um campo de vigilância e de conflitos.

Além disso, a pressão constante para atender a padrões externos reforça uma lógica de comparação e inadequação. Isso dificulta a construção de uma uma relação saudável com o próprio corpo.



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Algumas consequências emocionais e relacionais das repressões:


  • Baixa autoestima corporal

  • Dificuldades na vida sexual e afetiva

  • Ansiedade em relação à aparência

  • Distúrbios alimentares

  • Vergonha ou culpa em experiências íntimas

  • Sensação de desconexão com o próprio corpo



É importante lembrar que esses sintomas não surgem "do nada", mas são frequentemente alimentados por décadas de condicionamento social e padrões internalizados.


Como a psicoterapia pode ajudar.


No espaço psicoterapêutico, é possível desconstruir essas narrativas opressoras e abrir um caminho para que a mulher se reconecte com seu corpo de forma mais livre e autêntica.

Na clínica encontramos recursos para:


  • Explorar as raízes emocionais da repressão corporal

  • Trabalhar sentimentos de vergonha e culpa

  • Resgatar o prazer e a espontaneidade na vivência corporal

  • Fortalecer a autoestima e a autocompaixão

  • Construir uma relação mais saudável e amorosa com o próprio corpo


Cada processo é único. O importante é lembrar que é possível recuperar uma vivência corporal mais livre e integrada, em sintonia com o próprio desejo e não com expectativas externas.


Um convite ao cuidado


Se você percebe que essas questões ressoam em sua história, saiba que não está sozinha. Muitas mulheres compartilham dessas vivências, e é possível buscar apoio. A psicoterapia é um espaço seguro e respeitoso para acolher e transformar essas experiências.


Ressignificar o corpo como espaço de prazer, potência e expressão é também um gesto de cuidado profundo consigo mesma.



 
 
 

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